Com 97% da meta atingida, Santa Maria busca ampliar número de vagas do Programa Primeira Infância Melhor

Com 256 municípios habilitados e mais de 1,4 mil visitadores ativos, o programa Primeira Infância Melhor (PIM) completou 20 anos de atuação em 2023. Com foco na educação, saúde e assistência social, a iniciativa atende a milhares de famílias gaúchas e agora, pretende aumentar a meta mensal de indivíduos a serem acompanhados, que hoje é de 34.242 pessoas, entre crianças e gestantes. No final de agosto, o Governo do Estado lançou um edital de chamamento aos municípios para a abertura de mais de 4,3 mil novas vagas. Deste quantitativo, 2,6 mil oportunidades serão destinadas para municípios já habilitados e que se enquadrem nas condições listadas, entre elas, atingir mais de 90% da meta.

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Esse é o caso de Santa Maria, que participa do programa desde 2010. Neste processo, localidades de pelo menos três regiões da cidade têm sido acompanhadas por mais de 20 visitadores. Com 97% da meta atingida, o município pretende ampliar a cobertura do programa Primeira Infância Melhor, que é importante, especialmente, pelos encontros que possibilita.

Visitas

No contexto atual, 343 indivíduos, entre crianças e gestantes, são contemplados pelo programa em Santa Maria. A família de Cíntia Ferreira da Rosa, 38, faz parte deste índice. Moradora da Vila Brenner, no Bairro Divina Providência, a autônoma cadastrou os filhos Emanuel, 5 anos, e Miguel, de apenas 3 anos, no programa PIM em junho deste ano.

Desde então, Cíntia tem percebido o quanto os encontros com atividades lúdicas e muitas brincadeiras são importantes tanto para o desenvolvimento dos filhos menores quanto de Ana Clara, de 11 anos, que acompanha de perto os irmãos nas tarefas.

– É bom até porque eu tenho o Miguel, que tem Síndrome de Down e está sem acompanhamento nas atividades que ele precisa. Então, ela vindo aqui estimula um pouco mais ele. Eu acho muito bom e sei que não sou só eu que preciso. Tem várias famílias que precisam do atendimento e ela coopera com isso – disse.

Na sala de estar de Cíntia, a acadêmica do 10° semestre do curso de Odontologia da Universidade Franciscana (UFN), Juliana Casarotto, 23, auxilia os curiosos meninos em cada lição. Enquanto visitadora, ela pode acompanhar desde a gestação até o desenvolvimento de crianças antes dos 5 anos de idade. Os encontros duram de 30 a 40 minutos. Para Juliana, que visita mais de 15 crianças em dois dias da semana, o trabalho é muito gratificante.

– É uma experiência ótima, porque eu gosto de ter esse contato com as crianças e acabo conhecendo muita gente. Eu converso muito com a comunidade e é ótimo. Além das visitas, também fazemos algumas ações com o programa, que são muito válidas tanto para o meu eu quanto para a minha profissão. Então, para mim, é muito importante estar no programa.

Missão

O PIM atende, prioritariamente, crianças e gestantes em situação de vulnerabilidade social. Em Santa Maria, o programa é coordenado pela enfermeira Tainah de Oliveira Guerra, que também é responsável pela Política de Saúde da Criança e Política das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde.

Segundo Tainah, a iniciativa tem como característica também atender bairros que estão cadastrados dentro do RS Seguro e outros programas sociais, como é o caso de algumas localidades contempladas.

Além do Grupo Técnico Municipal, com cinco servidores, a equipe do programa é composta por 22 visitadores, que por conta de um convênio firmado entre a prefeitura e a UFN, são acadêmicos dos cursos de Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição, Odontologia, Pedagogia, Psicologia e Terapia Ocupacional da instituição. Neste processo, cada visitador pode acompanhar, em média, 16 indivíduos.

– Com certeza, fazemos a diferença na vida dessas crianças. Promovemos o desenvolvimento, a interação parental positiva e nós estando dentro desses territórios onde a violência é muito presente, tentamos quebrar este ciclo e fazer com que essas crianças no futuro sejam adultos mais amáveis – afirma Tainah.

Ampliação

Para a ampliação, poderão apresentar a proposta os municípios que tenham alcançado, no mínimo, 90% da meta de atendimento, nas competências de junho e julho de 2023, e que tenham equipe completa do Grupo Técnico Municipal e monitores/supervisores devidamente registrados no SisPIM, na competência de setembro de 2023.

Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES), Santa Maria está apta para o processo de ampliação e “o número de vagas distribuídas ao município será somado à meta de atendimento atualmente habilitada (352)”.

De acordo com Tainah, devem ser solicitados mais dois visitadores neste processo. Com isso, a nova meta poderá chegar a 384 indivíduos a serem atendidos no município.